Aedes aegypti: ele ainda está entre nós
A covid-19 fez muita gente deixar de lado esse velho conhecido, mas dengue, zika e chikungunya ainda preocupam bastante em algumas regiões do país
Redação CPIMW
10 de Fevereiro de 2021

(Foto: Reprodução/Wikipedia)

Não se fala de outra coisa desde março de 2019, e a pandemia causada pelo novo coronavírus ainda ficará em pauta por bastante tempo. Porém, o verão já está em seu auge, e não podemos esquecer que é justamente nessa época do ano que outro vilão bastante conhecido dá muita dor de cabeça para a população.

Sim, em plena pandemia de covid-19, também temos de redobrar os cuidados com a dengue, a zika e a chikungunya, doenças que têm em comum a transmissão pelo mosquito Aedes aegypti. Como as chuvas no final da tarde são praticamente diárias em alguns lugares, os focos de água parada se proliferam.

A Fundação Oswaldo Cruz fez um alerta no início de janeiro sobre problemas que podem agravar a proliferação do mosquito. Por causa da pandemia de covid-19, muitos municípios brasileiros não fizeram o Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti, mais conhecido como LIRAa, e isso pode atrapalhar as políticas de enfrentamento ao mosquito.

“Neste ano atípico, agentes de saúde de milhares de cidades espalhadas pelo país não conseguiram realizar as vistorias periódicas em residências para checar o índice de infestação de Aedes, dado fundamental para subsidiar a definição de estratégias de políticas públicas para o enfrentamento das arboviroses”, explicou Denise Valle, pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

Em São Paulo, maior cidade do Brasil, o medo do coronavírus fez com que subisse de 20% para 30% o percentual de recusas de visitas dos agentes de zoonoses que combatem em casas o mosquito Aedes aegypti.

"Por medo elas fazem uma autodefesa. As pessoas costumam dizer que não há nada em casa, sabem os cuidados que devem ter com a dengue e que não precisam de orientação. O receio em relação ao coronavírus é até pertinente. É importante continuar deixando os agentes entrarem nas casas. Não tenham medo, principalmente se precisarem tirar dúvidas ou de orientação", explica Wernner Santos Garcia, diretor da DVZ (Divisão de Vigilância de Zoonoses) da Secretaria Municipal da Saúde.

Mas há quem defenda a atitude dos moradores em meio à pandemia. Hélio Bacha, consultor técnico da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica que permitir a entrada do agente na residência é um risco a mais de contrair covid-19.

"O momento que estamos vivendo hoje é um dos mais cruciais da pandemia. Esse trabalho [da prefeitura] pode ser feito de outra forma, por telefone. O funcionário pode orientar e explicar como é a larva do mosquito para que a pessoa identifique em sua casa. Pela minha percepção, o risco de aumentar os casos de Covid-19 é muito maior que o de transmissão da dengue", afirma.

A Fiocruz reforça, ainda, que as altas temperaturas do verão, aliadas à rapidez no desenvolvimento do mosquito, podem aumentar a propagação das doenças. O ciclo do mosquito, do ovo à fase adulta, leva de 7 a 10 dias.

“Cada fêmea pode colocar até 1.500 ovos. É importante olhar a casa com ‘olhos de mosquito’, procurando todo e qualquer local que acumule água e possa ser usado para reprodução do vetor”, conclui a especialista, que destaca, também, a importância dos 10 minutos por semana, recomendados pelo Ministério da Saúde no combate ao vetor do Aedes, como recipientes e qualquer local que acumule água.

Também é necessário ficar atento a criadouros menos convencionais como calhas de chuva, ralos externos, vasilhas de animais, bandeiras de ar-condicionado e de geladeiras, vasos sanitários desativados ou pouco utilizados, entre outros.

Entre 29 de dezembro de 2019 e 12 de dezembro do ano passado (2020), foram notificados 979.764 casos prováveis de dengue no país. Nesse período, a região Centro-Oeste apresentou a maior incidência com 1.200 casos/100 mil habitantes, seguida das regiões Sul (934,1 casos/100 mil habitantes) e Sudeste (376,4 casos/100 mil habitantes). No período de janeiro a junho (SE 1 a SE 26), ocorreram 90,6% dos casos de dengue (887.767) no país.


Prevenção

Eliminar os recipientes com água parada — ambiente propício para procriação do mosquito Aedes aegypti — é rápido e fácil. Não se esqueça de tampar os tonéis e caixas d’água, manter calhas sempre limpas, deixar garrafas e recipientes com a boca para baixo, limpar semanalmente ou preencher pratos de vasos de plantas com areia, manter lixeiras bem tampadas e ralos limpos e com aplicação de tela, além de manter lonas para materiais de construção e piscinas sempre esticadas para não acumular água.

Sintomas

Os sintomas de dengue, chikungunya ou zika são bem parecidos. Eles incluem febre, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele, manchas vermelhas pelo corpo, além de náuseas, vômitos e dores abdominais. Ao sinal desses sintomas, a orientação do Ministério da Saúde é procurar imediatamente a unidade ou serviço de saúde mais próximo de sua residência.

(Fontes: CNN Brasil, Meon e Agência Brasil)

 

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