Bispo José Damião | Igreja Orgânica


O que é uma Igreja Orgânica? É um subproduto da igreja emergente. Segundo seus seguidores é a igreja voltando ao que era antes de Constantino transformar o cristianismo em uma religião oficial do império Romano. O termo “Igreja Orgânica” foi criado por T. Austin Sparks e é usado como sinônimo para “igreja nas casas”, “igreja simples” ou “igreja nos lares”. Igreja Orgânica é um movimento que traz no seu bojo vários grupos, como: Igreja Orgânica, Caminho da Graça, Igreja no Lar, Igreja em Casa.    

Muitos crentes em todo o mundo abandonam a forma de Igreja, conhecida como institucional ou cristandade e vão em busca de experiências nos movimentos religiosos chamados Igreja Orgânica, Igreja em Casa.

Estes movimentos têm surgido devido ao fato da Igreja institucional ter abandonado o Evangelho da cruz e se acomodado ao “modus vivendus” da sociedade, têm caído na armadilha da ganância, da ânsia por mega-crescimento e exaltação humana. Este declínio da Igreja produz uma frustração àqueles que estão cansados de culto-show, do mecantilismo religioso, dos chamados apóstolos iluminados sedentos de poder, terminam abandonando suas igrejas e ficam em suas casas ou tentam sobreviver em uma igreja doméstica.

A Igreja Metodista Wesleyana reconhece a importância da Igreja se reunir tanto em seus templos quantos em pequenos grupos (GCEUs). Ela tem estabelecido essa dinâmica, exatamente para discipular, crescer, desenvolver a unidade e as relações entre seus membros. 

A Igreja Orgânica é um estilo de vida independente de quaquer governo eclesiástico. Rejeitam as autoridades instituidas, abandonam os templos religiosos e se estabelecem apenas nos lares ao exemplo da China e de paises da antiga União Soviética.

A igreja reunir-se apenas nos lares é justificável, desde que o motivo seja questão de segurança em tempos difíceis para os cristãos, como os países dominados pelo comunismo ou pelo islamismo. Agora estabelecer reuniões nos lares como um substituto para a Comunhão e Unidade da Igreja nos templos é inaceitável. 


Qual é o perigo do movimento orgânico? 

O primeiro perigo é abolir o conceito de Igreja e a comunhão dos santos para estabelecer uma espécie de culto anárquico, onde cada grupo pode fazer o que quiser, sem definir uma doutrina clara sobre a Bíblia. Segundo este movimento não só rejeita a unidade dos fiéis, mas desenvolve uma teologia humanista e pragmática, onde os princípios bíblicos tradicionais são cancelados para dar lugar a doutrinas heréticas e, muitas vezes com conteúdo esotérico como é o contemplacionismo de yoga.

Admitimos, sim, a existência de reuniões nos lares, desde que não se anule os cultos nos templos presidido por um governo espiritual, pastores e liderança local. Qualquer ideia contrária levaria o grupo para um anarquismo espiritual e, assim, cair em grandes heresias e doutrinas exóticas.


Refutando a Igreja Orgânica

Igreja Orgânica: "As igrejas orgânicas se reúnem principalmente nos lares dos seus membros, como fazia a igreja no primeiro século”. 

Resposta: A Igreja Primitiva não se posicionou contra reunião em templos. Não havia tempos naquela época, pois os cristãos mudavam constantemente de cidade em cidade fugindo das perseguições. O Cristianismo nasceu e desenvolveu-se dentro de um contexto político-cultural do Império Romano. Durante três séculos o Império Romano perseguiu os cristãos, pois a religião era vista como uma ofensa ao Estado, onde as pessoas eram ensinadas a prestar culto religioso ao soberano. 

Igreja Orgânica: "...aplicam suas ofertas no cuidado dos necessitados e na plantação de novas igrejas orgânicas, ao invés de aplicá-los em manutenção de templos e em salários de ministros profissionais." 

Resposta: Usar as ofertas no cuidado dos necessitados é louvável, mas negar a manutenção dos imóveis e o sustento dos obreiros é injusto e antibíblico. A Palavra de Deus recomenda: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja Mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos” (Malaquias 3.10). “Os presbíteros que governam bem sejam tidos por dignos de duplicada honra, especialmente os que labutam na pregação e no ensino”. “Não atarás a boca ao boi quando debulha, e digno é o trabalhar do seu salário” (I Timóteo 5.17-18).

A Igreja cristã não é perfeita, mas ainda é o melhor lugar para se estar.

Bispo José Damião é superintedente da 7ª Região Eclesiástica

 

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