| Regularidade ou intensidade?


“Ora, todo sacerdote se apresenta dia após dia...” (Hebreus 10.11)
 

A SEDUÇÃO DA INTENSIDADE

Tenho percebido principalmente nos meios pentecostais a grande sedução que as “experiências intensas” exercem sobre nós. Queremos “sentir” e “sentir”. Cada oração, cada culto, cada pregação, cada louvor precisam ser intensos e impactar. Viver intensamente e sob o efeito da adrenalina tem se tornado o objetivo de muitos crentes e ministérios. Se não for “tremendo”, “forte”, “intenso”, “ululante” e “impactante” não valeu a pena. 

Um congresso, uma convenção, um retiro, um sermão, um cântico que não sacudiu, que não abalou, que não arrancou gritos intensos ou aplausos, pra muita gente foi quase perda de tempo.

Não tenha nada contra as emoções ou experiências intensas. O problema é quando cremos que Deus só age assim. A constante busca pela “intensidade”, todavia, vai gerar superficialidade, e às vezes uma falsa sensação de se ter atingido o alvo, apenas por ter sentido algum “arrepio” no corpo.

Pessoas assim não possuem a disciplina do estudo e da oração diária. Querem revelações, querem pode, querem sabedoria, na hora, querem manteiga sem ter batido o leite.

O PODER DA REGULARIDADE

A regularidade, o dia a dia, a repetição e a disciplina têm muito poder. Todavia por serem mais silenciosos, não são percebidos.

A história deixou registrado o poder espiritual de homens e mulheres que cultivaram a “regularidade” a “devocionalidade” e constância. Moisés, Daniel, Jesus de Nazaré, John Wesley, Hudson Taylor, David Brainerd, J.  Edwards, Finney, Suzana Wesley, Madame Guyon, entre outros sempre cultivaram a regularidade e a disciplina diária, um “andar” diário com Deus. 

A regularidade, a perseverança dia a dia, tira o cristianismo do palco e o leva para o “quarto de guerra”, torna-nos menos famosos na terra e mais conhecidos no céu, cria raízes e convicções muito mais profundas do que o impacto de uma única e explosiva, por mais explosiva que seja, experiência de um evento, sermão ou encontro.

”Quando Daniel soube que o edital estava assinado, entrou em sua casa, no seu quarto em cima, onde estavam abertas as janelas que davam para o lado de Jerusalém; e três vezes no dia se punha de joelhos e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava fazer” (Dn 6.10).

Bp. Anderson Caleb

 

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