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4ª Região

Centro Multidisciplinar Movidos Pelo Amor ao Autismo conta com apoio da IMW Central de Porto Velho para assistir autistas e inseri-los na vida em sociedade

Parte da equipe e assistidos no Movidos Pelo Amor

O Transtorno do Espectro Autista ainda é cercado de muitos tabus e medos, sobretudo por quem não tem o devido conhecimento sobre essa condição que acomete cerca de 70 milhões de pessoas no mundo — aproximadamente 2 milhões no Brasil. Como a característica mais forte do autismo é a dificuldade na interação social, o acompanhamento especializado com terapeutas, psicólogos, entre outros profissionais, desde o momento em que o TEA é diagnosticado é fundamental para o desenvolvimento da criança. Mas o tratamento nem sempre é feito da maneira correta por conta do alto valor.

Neste caso, o apoio de ONGs e voluntários é indispensável para a vida de cada uma dessas pessoas, e a Wesleyana tem sido parceira há oito anos do Centro Multidisciplinar Movidos Pelo Amor, braço da AWAS (Associação Wesleyana de Ação Social), em Porto Velho (RO). Marxlene Bezerra Vieira, coordenadora do local, conta que o projeto surgiu justamente da necessidade do atendimento multidisciplinar.

“Hoje sabemos que uma pessoa com autismo requer de R$ 2 mil a R$ 2.500 para custear as terapias que eles precisam, dependendo de cada caso: psicólogo, terapeuta ocupacional, educador físico, fonoaudiólogo, fisioterapeuta, ecoterapia, depende de cada situação”, explica a coordenadora. “O projeto vem no caráter voluntário para ajudar famílias que não têm condições financeiras para prestar esse atendimento aos seus filhos. Eles têm, com o voluntariado, condições de ter um atendimento eficaz. Isso faz com que crianças, adolescentes, jovens e adultos com autismo possam ter avanços e melhoria na qualidade de vida não só deles, como dos familiares.”

A inclusão social é o principal foco do trabalho da Movidos Pelo Amor, pois a falta de informação é o que gera o preconceito na sociedade. Por isso, o projeto busca sensibilizar e conscientizar as pessoas sobre o autismo. “Tem uma frase que costumo dizer, que é ‘você precisa conviver para conhecer’, e temos dado a oportunidade de as pessoas conhece-los, ver as habilidades e potencialidades que eles têm. Através deles, o convívio em sociedade se torna mais real, verdadeiro e inclusivo, permeado de dignidade e respeito, da forma que vemos o autismo como um espectro de possibilidades. Eles podem ter seus lugares e direitos na sociedade”, completa Marxlene.


Interação social

O Movidos Pelo Amor realiza vários eventos para os assistidos com foco inclusivo, como o cinema azul, festival do sorvete, festival da pizza, além de seminários preparatórios para os voluntários, que são capacitados para o trabalho. De 2 a 5 de abril, que marca a semana do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, é feita a soltura de balões para celebrar a data, e os voluntários ainda entregam panfletos com orientações e realizam rodas de conversas.

Cinema Azul, adaptado para receber pessoas com Transtorno do Espectro Autista

E mesmo durante a pandemia, o trabalho não parou, porém passou por algumas adaptações. Marxlene explica que foi feito um grupo de pais online, assim como as terapias, que eram feitas de forma virtual com as crianças. 

“O autismo é um transtorno de desenvolvimento que afeta três áreas, interação social, comunicação e comportamento. Mas com a intervenção da equipe multidisciplinar, as crianças avançam. São crianças que nunca leram, que nunca teriam a oportunidade de estarem alfabetizadas, e falo por mim mesmo. Minha filha, Marina, de 20 anos, tem autismo. Hoje ela é outra pessoa. Podemos sair, conversar, ir ao restaurante, cinema, igreja, ou seja, ela foi bastante estimulada socialmente”, conta Marxlene.

O Centro Movidos Pelo Amor assiste atualmente 20 pessoas, entre crianças, adolescentes, jovens e adultos e conta com uma equipe de 35 profissionais voluntários das mais diversas áreas (psicologia, pedagogia, fonoaudiologia, fisioterapia, ecoterapia, entre outros). Marxlene explica que o processo de aceitação de pacientes passa primeiro pelo laudo de um neurologista. Diagnosticado o TEA, entra em cena o trabalho de assistência social, que faz a entrevista econômica e social com a família. Por fim, verifica-se a disponibilidade das vagas para que a criança possa ser inserida no projeto. “Com mais voluntários, podemos inserir mais crianças. Damos prioridade para quem não tem nenhum tipo de atendimento.”

“As famílias se sentem amparadas, seguras, inclusas, sabendo que o projeto Movidos Pelo Amor, com o apoio da IMW, com certeza está dando todo o suporte para elas. A ideia é dar suporte em todas as dimensões do ser humano, espiritual, social, afetivo, familiar. Vemos o projeto como ministério, de amor, missionário, onde muitas vidas estão sendo alcançadas para o Senhor”, finaliza.

O Centro Multidisciplinar Movidos Pelo Amor funciona de segunda a sábado e conta tanto com o trabalho voluntário de profissionais quanto dos próprios pais dos assistidos. É feita uma escala com os responsáveis, que coordenam o atendimento e escala dos profissionais que atendem as crianças. Para mais informações, entre em contato pelo telefone (69) 99217-8839 (Marxlene) ou (69) 9986-0542 (Igreja).

Soltura dos balões em comemoração ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo
 

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